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Antifragilidade: como lucrar quando o Brasil quebra?

Mapa do Brasil em dourado, estilizado como vidro rachado, com uma pequena planta dourada brotando no centro, simbolizando crescimento e antifragilidade.

Antifragilidade: como lucrar quando o Brasil quebra?

Mapa do Brasil em dourado, estilizado como vidro rachado, com uma pequena planta dourada brotando no centro, simbolizando crescimento e antifragilidade.
  • Evandro
  • 26/08/2025

Sumário

Se você vive no Brasil, já tem uma habilidade inata que o mercado financeiro de Wall Street daria um rim para ter no currículo: a capacidade de farejar a crise antes dela acontecer.

E não é por intuição mística. É tão somente resultado de experiência acumulada: 

– A hiperinflação dos anos 1980; 

– O confisco da poupança nos anos 1990;

– Moedas que se sucediam cortando zeros sem resolver o problema; 

– Juros entre os mais altos do mundo; 

– E crises políticas em série… 

Décadas desse ciclo afiaram o instinto coletivo e nos mantiveram em alerta permanente. Basta um rumor em Brasília ou uma virada súbita no câmbio para que todo mundo perceba, sem precisar de algoritmos robustos de sistemas de inteligência artificial, que a turbulência já começou.

O curioso é que esse faro raramente é sinônimo de preparo. A gente tem “poderes” mas não sabe como lidar com isso. O maior aprendizado que tivemos foi sermos resilientes: levar o impacto, respirar fundo e tentar voltar ao ponto de partida.

Só que no Brasil esse ponto nunca foi exatamente sólido. Falar em “voltar ao normal” é esquecer que esse “normal” já andava meio torto.

É nesse cenário que a proposta de Nassim Nicholas Taleb ganha força. Ex-trader e estudioso dos efeitos da incerteza, ele apresenta em “Antifrágil: Coisas que se Beneficiam com o Caos” a ideia de sistemas que não apenas resistem ao choque, mas se fortalecem com ele. 

Capa do livro sobre antifragilidade "Anti-frágil - coisas que se beneficiam com o caos"

Para Taleb, resistir não basta; o jogo é transformar choque em ganho. O frágil quebra, o resiliente suporta, o antifrágil melhora. E, se existe um país com material de sobra para aplicar essa lógica, é o Brasil.

E este é o ponto fundamental: entender o conceito de antifragilidade no Brasil não é luxo acadêmico, é questão de sobrevivência. 

Quem olha para o caos só como ameaça vive de susto em susto. Mas, usando a antifragilidade, quem aprende a tratá-lo como matéria-prima anda sempre alguns passos à frente. Não por prever o futuro, mas por estar pronto para transformar qualquer cenário em oportunidade

O teatro da antifragilidade brasileira

O mercado brasileiro é movido mais por emoções do que por números. Portanto, se tem um conceito que não sabemos aplicar muito bem por aqui, é justamente a antifragilidade.

Na verdade, o investidor médio se comporta como um adolescente dramático dominado pelos hormônios: compra na euforia, vende no pânico e depois culpa o “sistema” pelo desastre.

A economia comportamental ajuda a explicar esse padrão:

– O viés da aversão à perda faz a dor de perder R$ 1.000 ser muito maior que a satisfação de ganhar o mesmo valor.

– O efeito manada empurra multidões para repetir o comportamento da maioria, mesmo que seja irracional.

– O viés de confirmação leva as pessoas a enxergar apenas as informações que reforçam suas crenças e a ignorar as que contradizem suas expectativas.

O resultado é sempre o mesmo: fóruns lotados de discursos apocalípticos quando a bolsa cai alguns pontos e, no dia seguinte, euforia coletiva quando o índice recupera. 

Esse “transtorno bipolar” da economia embaralha a cabeça do investidor e o mantém girando em círculos: perde, se frustra, tenta de novo, perde de novo… Parece que nunca aprende.

Agora imagine esse comportamento em escala macro

Pois é: quando o adolescente inconsequente é o próprio Poder Público.

Exemplo? Há mais de uma década o Brasil enfrenta enchentes no verão e estiagens no inverno, com prejuízos materiais e humanos extremos. É tão previsível quanto calor em dezembro. 

Mesmo assim, a solução é sempre a mesma: esperar o problema estourar para, só então, liberar auxílio emergencial e recursos a toque de caixa. É como jogar um copo de água em um incêndio florestal. 

Pra completar o surrealismo, já teve ministro da Agricultura anunciando oficialmente que a saída era rezar pra chover (ou pra parar de chover). 

Se a resposta oficial chega a esse nível, não surpreende que não exista qualquer planejamento ou aplicação do conceito de antifragilidade. Esses problemas simplesmente não aparecem nas diretrizes, objetivos e metas que deveriam orientar as leis orçamentárias. 

Resultado: uma estrutura frágil, que insiste em fingir surpresa diante do óbvio.

Na economia não é diferente. Troca governo, troca sigla, mas a lógica continua: medidas paliativas que duram o tempo de um mandato. Quatro anos de band-aid numa fratura exposta. Oito, se houver reeleição.

A verdade é que a fragilidade do Brasil não está no clima, nem na economia. Está em reagir a cada crise como se fosse uma surpresa, mesmo quando ela se repete ano após ano.

Se a cada ciclo trocam-se governos e modelos, não há como ter segurança. O caminho é aprender a se blindar das crises, não acha? É disso que se trata a antifraglidade.

A lógica do caos como oportunidade

Taleb provoca: fomos ensinados a buscar ordem, mas a vida real se organiza no caos. O Brasil é prova viva.

Nos últimos 40 anos, vivemos hiperinflação, confisco de poupança, crises cambiais, impeachment, descondenamento, escândalos, pandemia e juros que já foram os mais altos do planeta. 

E mesmo depois de tudo isso, ainda tem quem diga que é melhor “esperar estabilidade para investir”. Como assim, meu amigo? Estabilidade por aqui é lenda urbana. 

E é justamente aí que entra a virada de chave da antifraglidade: para o investidor antifrágil, a certeza da crise não é ameaça, é matéria-prima. Se ela vai acontecer de qualquer jeito, em vez de paralisar, pode ser usada como ferramenta.

– Quando os preços caem, surgem chances únicas de comprar bons ativos; 

– Se os juros disparam, a renda fixa vira um porto seguro;

– Quando o câmbio balança, é um sinal claro para diversificar no exterior.

O erro é gastar energia tentando adivinhar quando a próxima crise vai chegar. No Brasil, quem aposta nisso quase sempre erra. 

Entenda que o jogo certo não é prever o futuro, mas se preparar para tirar proveito de qualquer cenário.

A estratégia Barbell tropicalizada

Investir no Brasil nunca foi tarefa para corações fracos: inflação que insiste em dar as caras, juros que mudam de humor a cada reunião do Banco Central e crises que aparecem com a mesma frequência das estações do ano.

Nesse ambiente, muitos ainda acreditam que o caminho mais sensato é buscar o “meio-termo”: produtos que prometem equilíbrio, risco moderado e retorno estável. 

À primeira vista, parece uma escolha prudente. O problema é que, na prática, esses investimentos “moderados” sofrem perdas quando o mercado desaba e, quando a economia se recupera, não conseguem acompanhar toda a alta, já que parte da carteira fica amarrada em ativos de baixo retorno.

No fim, o investidor perde quando tudo cai e não ganha de verdade quando o mercado volta a subir. É aquela velha história, quem fica em cima do muro leva pedrada dos dois lados.

Antifragilidade na prática

Foi justamente para lidar com esse dilema que Nassim Taleb apresentou, em Antifrágil, a chamada barbell strategy, ou estratégia do haltere. A ideia é mudar o centro de gravidade dos investimentos do meio para as extremidades.

De um lado, ficam os ativos extremamente seguros, como títulos públicos de curtíssimo prazo, que servem para preservar a maior parte do patrimônio mesmo em cenários de estresse. 

Do outro, uma parte pequena é direcionada a apostas altamente especulativas, com potencial de ganho desproporcional. 

A lógica é a seguinte: se der errado, a perda é limitada; se der certo, pode mudar o jogo. 

O que Taleb descarta é justamente o meio-termo, onde o investidor corre riscos suficientes para perder dinheiro em crises, mas sem a chance de ganhos grandes o bastante para compensar nas altas.

No Brasil, alguns economistas e educadores financeiros passaram a usar o termo estratégia barbell tropicalizada para traduzir a lógica de Taleb ao nosso mercado. 

O lado seguro costuma ser exemplificado com Tesouro Selic e CDBs de grandes bancos com liquidez diária (em certas versões, títulos atrelados ao IPCA aparecem como proteção contra a inflação). 

Do outro lado, entram os ativos de alto risco e alto potencial, como small caps, fundos de venture capital e, para alguns, até cripto.

Mas como transformar esse conceito em prática, especialmente em um país onde as crises parecem fazer parte do calendário?

Montando uma carteira antifrágil em tempos de crise 

Construir uma carteira antifrágil no Brasil é menos glamour e mais método. Afinal, aqui não faltam crises, mudanças bruscas de cenário e sustos frequentes. 

O ponto não é prever o próximo choque, mas estruturar-se de forma que qualquer choque jogue a seu favor. O roteiro da antifragilidade é direto e objetivo:

Liquidez garantida
Crises não marcam hora. Ter dinheiro disponível evita vender ativos no pior momento e dá poder de compra quando todo mundo está em pânico.

Proteção contra inflação
Ignorar a inflação no Brasil é pedir para repetir a mesma dor de sempre. Títulos atrelados ao IPCA blindam o poder de compra e impedem que o investidor corra para o prejuízo.

Diversificação internacional
Uma fatia em ETFs globais ou dólar reduz a dependência do “risco-Brasil”. Não é fuga, é seguro de vida.

Aposta assimétrica
Uma pequena parte da carteira pode — e deve — buscar ganhos explosivos. Se der errado, o prejuízo é pequeno. Se der certo, pode mudar o jogo.

Rebalanceamento periódico
A cada seis ou doze meses, revisar a carteira, realocar lucros da parte arriscada para a segura, ou aproveitar quedas para comprar barato. É simples, mas quase ninguém faz.

Essa disciplina cria uma blindagem contra a maior inimiga do investidor: a própria emoção. Ela obriga a comprar na baixa, vender na alta e não inverter a ordem, justamente o que 90% fazem errado no calor do momento.

No Brasil, a única certeza é a incerteza

A antifragilidade não vem pra eliminar o caos, mas pra transformar esse caos em combustível.

Se você quer ser um investidor antifrágil, não fuja da tempestade. Aproveita a força dela. Não abra o guarda-chuva apenas para se proteger, use a água para gerar energia!

Esse é o ponto de inflexão da antifragilidade. Continuar frágil é viver de susto em susto. Ser resiliente é sobreviver e voltar ao mesmo ponto. Ser antifrágil é crescer justamente por causa do caos. E, no Brasil, caos é o que não falta. Use-o a seu favor.

Se você gostou de aprender sobre a antifragilidade, o que acha de saber mais sobre os 10 inimigos do seu dinheiro e como derrotar cada um deles? Acesse aqui!

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Evandro Canello
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