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Você separa dinheiro em “caixinhas”? Cuidado com a contabilidade mental!

Cabeça em perfil, dividida por linhas internas em áreas como "mercado", "lazer", "fianciamento", mostrando a segmentação da contabilidade mental.

Você separa dinheiro em “caixinhas”? Cuidado com a contabilidade mental!

Cabeça em perfil, dividida por linhas internas em áreas como "mercado", "lazer", "fianciamento", mostrando a segmentação da contabilidade mental.
  • Evandro
  • 27/06/2025

Sumário

Você vê um smartphone novo e moderno por R$ 4.800 num anúncio online. O site avisa que dá pra parcelar em até 24 vezes de R$319. Você faz uma conta rápida de cabeça, pensa que cabe no orçamento mensal e fecha o pedido sem piscar. 

Esse tipo de decisão parece prática, mas esconde um erro comum: você não está avaliando a compra inteira, está avaliando só a parcela. 

E mais do que isso, está tratando esse gasto como se ele estivesse isolado do restante da sua vida financeira. 

Como se o dinheiro do celular morasse em uma gaveta à parte, longe das dívidas, das metas, dos imprevistos.

É exatamente aí que entra a contabilidade mental. Um mecanismo que o seu cérebro usa pra simplificar decisões financeiras. Já ouviu falar?

Na nossa cabeça, esse mecanismo separa os valores por “etiquetas”: isso aqui é pro lazer, isso é pra mercado, isso é investimento. 

Só que tem um problema. Ao fazer isso, a gente para de olhar o todo e passa a julgar cada gasto individualmente, como se um não tivesse impacto sobre o outro. Mas tem. E a conta, mais cedo ou mais tarde, chega inteira… 

E não sou eu que estou dizendo.

Burrice organizada

Richard Thaler, economista comportamental e ganhador do Nobel de Economia de 2017, passou décadas estudando como as pessoas realmente lidam com dinheiro.

Em 1999, ele publicou o artigo “Mental Accounting Matters”, onde definiu a contabilidade mental como “o conjunto de operações cognitivas usadas por indivíduos e famílias para organizar, avaliar e acompanhar atividades financeiras”. 

Na prática, isso significa que o cérebro cria mecanismos próprios pra dar sentido ao uso do dinheiro. 

E um dos mais comuns é a criação de categorias mentais: o valor que veio do salário, o que foi ganho em um bônus, o que é “só pra lazer”, o que está “guardado pra emergência”. 

Quer um exemplo? Você recebe o 13º salário e imediatamente já direciona para os presentes de Natal e festas de fim de ano. Quem nunca? Acontece sempre.

Veja que cada quantia passa a ser tratada de forma diferente, mesmo que, no papel, todo esse dinheiro esteja saindo do mesmo bolso.

E pra piorar, ao separar o dinheiro mentalmente, você tem a falsa sensação de disciplina e controle. 

Na prática, é apenas seu cérebro tentando simplificar as decisões e criando distorções que complicam ainda mais sua vida financeira.

Duvida? Então veja como sua mente cria distinções que não existem: 

  • ela trata o dinheiro do salário como sagrado
  • o do décimo terceiro como bônus 
  • o do cashback como presente 

Acertei? Pois então! É por causa dessa contabilidade mental que você toma decisões com base na origem do dinheiro (ou aonde você o colocou na sua “caixinha” mental), e não no que realmente faz sentido. 

E quando a coisa aperta? Aí você apela pro cartão, paga o mínimo, cobre um buraco com outro e chama isso de remanejamento e organização. 

No fundo, é só uma pedalada fiscal fantasiada de responsabilidade (e histórias assim nunca acabam bem).

A arte de parecer coerente

Para entender como chegamos a esse ponto, é preciso voltar aos experimentos da psicologia econômica.

Thaler não chegou à contabilidade mental por acaso. Ele percebeu que as pessoas, mesmo instruídas, violam princípios básicos da racionalidade econômica de forma sistemática. E pior: com convicção.

Em um de seus exemplos mais citados, Thaler conta a história de um professor que se dizia completamente racional. 

No início de cada ano, ele definia quanto doaria para a United Way, uma organização que apoia causas sociais. 

Mas, se ao longo do ano surgisse um gasto inesperado, como um conserto no carro, por exemplo, ele simplesmente deduzia esse valor da doação e chamava isso de “política contra pequenos aborrecimentos”. 

Na cabeça dele, era um sistema engenhoso de compensação. Na prática, é um exemplo claro de contabilidade mental; uma ilusão de equilíbrio que ignora completamente a lógica financeira.

O que o professor não percebia é que tratava o dinheiro da doação como se fosse de outra natureza (separado, especial, à parte do orçamento geral). 

Mas toda vez que aparecia um gasto fora do script, ele recorria justamente a essa quantia. Como se houvesse uma regra tácita permitindo realocar valores conforme o desconforto do momento. 

Esse padrão se repete todos os dias, em todo lugar. É a pessoa que mantém R$ 5 mil na poupança, rendendo centavos por mês, enquanto continua pagando R$ 3 mil no cartão de crédito, a 15% de juros. 

À primeira vista, parece prudente manter uma reserva. Mas, no fundo, é a mesma lógica do professor: uma decisão racional só na aparência. 

O dinheiro da poupança foi mentalmente rotulado como “intocável”, enquanto a dívida do cartão foi empurrada pra categoria do “depois eu resolvo”. 

Percebe o equívoco? É contabilidade mental em estado puro. 

Como se blindar da contabilidade mental

A essa altura, provavelmente você já percebeu o problema com as “caixinhas” mentais. Elas funcionam como um disfarce pra adiar decisões incômodas, como priorizar o pagamento de dívidas ou rever os próprios gastos. 

Na prática, em vez de encarar o que precisa ser feito, você cai no erro de se apoiar na ilusão de que separar o dinheiro em potes imaginários já é, por si só, uma forma de controle.

Sabendo disso, a pergunta agora é: o que se pode fazer para se proteger da contabilidade mental quando até o seu cérebro está jogando contra você? 

A resposta está longe de ser intuitiva. Mas, felizmente, não faltam cientistas e educadores financeiros sérios tentando consertar esse estrago. 

Só que aviso logo: nenhum deles promete mágica ou receita pronta. Eles oferecem método. E método exige mais do que boa vontade. Exige sair da zona de conforto.

Métodos para se proteger

Uma das soluções mais consistentes validadas por estudos acadêmicos é o chamado Budgeting Behavior Tracking, ou Acompanhamento do Comportamento Orçamentário. 

A proposta é registrar cada gasto no momento em que acontece e acompanhar padrões com base em dados reais. Nada de suposições ou lembranças vagas do que “provavelmente” se gastou. Tem que ser na hora!

Scott Rick, da Universidade de Michigan, e Angela Hung, da RAND Corporation, mostraram que o simples ato de acompanhar os gastos em tempo real já modifica o comportamento.

Outro método que ajuda você a se blindar da contabilidade mental é o chamado reverse budgeting. Traduzindo para o português, é algo como “orçamento reverso”. 

A lógica é contraintuitva e diz o seguinte: em vez de separar o dinheiro depois que ele entra, como fazem as “caixinhas” mentais, aqui a divisão é feita antes, com base nos sonhos e objetivos definidos previamente. 

Na prática, significa separar dinheiro para os seus sonhos e metas antes de gastar ou pagar qualquer conta.

E não pense você que essa lógica é estrangeira demais e não se aplica por aqui. 

No Brasil, ela tem nome, sobrenome e CPF: Reinaldo Domingos. PhD em Educação Financeira, autor do best-seller Terapia Financeira, que desenvolveu a Metodologia DSOP.

Assim como em ambos os métodos que citei aqui, a essência da DSOP também prevê um raio X completo do seu orçamento, acompanhando detalhadamente cada gasto durante um determinado período. 

E, da mesma forma, ela também te ensina a priorizar os seus sonhos, pagando primeiro a si mesmo antes de colocar a sua renda em qualquer lugar. E vai além.

O método brasileiro te mostra os melhores caminhos pra mudar seu comportamento diante do consumo, pare de gastar por impulso e direcionar o seu dinheiro para o que realmente importa: seus sonhos e metas.

Contabilidade mental x planejamento

Veja que há uma enorme diferença conceitual entre separar o dinheiro em “caixinhas” mentais e aplicar métodos validados e definir valores para as suas realizações. 

Isso porque você não vai direcionar recursos sem antes se organizar, colocar os pés no chão e saber exatamente o que está fazendo.

Sem confusões mentais ou achismos: você vai redistribuir seus recursos de maneira inteligente e fugir de qualquer destino que não seja uma vida de plenas realizações.

Você não precisa de caixinhas mentais. Precisa de clareza, método e propósito. 

Clareza pra entender que organizar o dinheiro só na sua cabeça não resolve. 

Método pra agir com lógica e aprender a se organizar na prática. 

E propósito, pra seguir firme e forte até o fim, sem desistir no caminho. 

No fim das contas, não é o quanto você ganha que faz diferença, mas pra onde você direciona sua energia e seu dinheiro todos os dias.

Se você gostou de saber como se proteger da contabilidade mental, o que acha de saber mais sobre como a alta da Selic impacta diretamente no seu bolso? Acesse aqui.

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Evandro Canello
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